segunda-feira, 28 de junho de 2021

AS GRANDES NAVEGAÇOES - 2 BIMESTRE

 

 

As Grandes Navegações, também conhecidas como Expansão Marítima, foram o processo de exploração e navegação do Oceano Atlântico que se iniciou no século XV e estendeu-se até o século XVI. Nesse período, os europeus descobriram novos caminhos marítimos para alcançar a Ásia. Além disso, chegaram pela primeira vez a terras até então desconhecidas por eles, como o continente americano, local ao qual chegaram em 1492. As Grandes Navegações foram o processo de exploração do Oceano Atlântico realizado pioneiramente por Portugal no século XV e acompanhado por outros países europeus ao longo do XVI. Levaram a uma série de “descobrimentos” por parte dos europeus e resultaram, por fim, na chegada europeia ao continente americano em 1500.

Por meio das Grandes Navegações, iniciou-se a colonização da América e consolidou-se a passagem da Idade Média para a Idade Moderna.

 No final da Idade Média, o mundo que os europeus conheciam resumia-se ao Oriente Médio, ao norte da África e às Índias, nome genérico pelo qual designavam o Extremo Oriente, isto é, leste da Ásia.

Grande parte dos europeus conhecia apenas o Extremo oriente por meio de relatos; como o do viajante veneziano Marco Pólo, que partiu de sua cidade em 1271, acompanhando  seu pai e seu tio em uma viagem àquela região.

A América e a Oceania eram totalmente desconhecidas pelos europeus.


Período de transição entre Idade Média e Idade Moderna.

Mesmo as informações de que os europeus dispunham sobre muitas das regiões conhecidas eram imprecisas e estavam repletas de elementos fantasiosos.

Durante os séculos XV e XVI, exploradores europeus, mas principalmente portugueses e espanhóis, começaram a aventurar-se pelo “mar desconhecido”, isto é, pelo oceano Atlântico e também  pelo Pacífico e Índico dando início à chamada Era das Navegações e Descobrimentos Marítimos.


As primeiras rotas das grandes navegações

Os objetivos

No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este interessante comércio.

Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.

Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época.

Pioneirismo português

Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a uma série de condições encontradas neste país ibérico. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo uma centro de estudos: A Escola de Sagres.

SLIDES - TRABALHO INFANTIL REVOLUÇÃO INDUSTRIAL









 






TRABALHADORES NO CONTEXTO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 2 BIMESTRE

 

 


A Revolução Industrial foi um marco para desvalorização do trabalho manual, pois muitos foram substituídos por máquinas, e os que trabalhavam na fábrica, só participavam de determinada fase da produção. O trabalho se tornava algo contínuo, repetitivo, mecanizado, por exemplo, se a função era bater um prego em determinado local do produto, era só isso que se fazia o dia inteiro, na mesma velocidade e ritmo. Muitos não sabiam nem qual era o produto final, e essa função muitas vezes não correspondia ao valor do que ele era capaz de produzir.

Mas não haviam opções, o trabalho nas fábricas era o que dominava nas cidades da Inglaterra, e aos artesãos que desejavam continuar seu trabalho manual, não era mais possível, pois não tinham condições de concorrer no mercado com os capitalistas. A relação entre os indivíduos começou a ser controlada pelo mercado, não haviam mais laços e relações comunitárias. A divisão de classes era fundamental para a operação do sistema, ou seja, a classe dos proprietários, e a classe dos proletariados.

As fábricas não eram ambientes adequados de trabalho, tinham péssimas condições de iluminação e ventilação. Não haviam medidas nem equipamentos de segurança para os operários, muitos se acidentavam e contraíam graves doenças. A média de vida dos trabalhadores era muito baixa comparada à de hoje. A jornada de trabalho chegava até 16 horas por dia, sem direito a descansos e férias. Os salários eram baixíssimos, garantindo ainda mais lucros aos proprietários, e a disciplina era rigorosa para manter o aumento da produção. Os trabalhadores não tinham direitos e nem o amparo social. Mulheres e crianças trabalhavam da mesma maneira que os homens, nas mesmas condições, mas o salário pago a eles era bem mais baixo. Portanto, era muito mais lucrativo contratá-los. E pelos baixos valores oferecidos, era fundamental que todos da família trabalhassem.

As condições de vida e de trabalho eram precárias, e por serem submetidos à tantas situações difíceis e sem escolha, os operários se uniram e começaram a organizar movimentos e revoltas. A qualidade de vida dos trabalhadores ingleses durante a Revolução Industrial era péssima, pois as condições de trabalho eram terríveis, os direitos trabalhistas eram praticamente inexistentes e não havia uma preocupação muito grande em relação à urbanização racional, higiênica e eficiente, de modo que os trabalhadores viviam amontoados em bairros imundos e em construções inadequadas. Por conta disto houve a difusão de muitas doenças infecciosas, como a cólera, que matou milhares de trabalhadores, muitos acidentes de trabalho e o avanço do alcoolismo, fator que é associado a uma tentativa por parte dos trabalhadores de vencer o cotidiano difícil. Eis alguns relatos:

(1) Os primeiros dias de setembro foram muito quentes. Os jornais noticiavam que homens e cavalos caiam mortos nos campos de produção agrícola. Ainda assim a temperatura nunca passava de 29°C durante a parte mais quente do dia. Qual era então a situação das pobre crianças que estavam condenadas a trabalhar quatorze horas por dia, em uma temperatura média de 28°C? Pode algum homem, com um coração em seu peito, e uma língua em sua boca, não se habilitar a amaldiçoar um sistema que produz tamanha escravidão e crueldade? (William Cobbett fez um artigo sobre uma visita a uma fábrica de tecidos feita em setembro de 1824)

(2) Pergunta: Os acidentes acontecem mais no período final do dia? Resposta: Eu tenho conhecimento de mais acidentes no início do dia do que no final. Eu fui, inclusive, testemunha de um deles. Uma criança estava trabalhando a lã, isso é, preparando a lã para a maquina; Mas a alça o prendeu, como ele foi pego de surpresa, acabou sendo levado para dentro do mecanismo; e nós encontramos de seus membros em um lugar, outro acolá, e ele foi cortado em pedaços; todo o seu corpo foi mandado para dentro e foi totalmente mutilado. (John Allett começou a trabalhar numa fábrica de tecidos quando tinha apenas quatorze anos. Foi convocado a dar um depoimento ao parlamento britânico sobre as condições de trabalho nas fábricas aos 53 anos)

(3) Eu tive freqüentes oportunidades de ver pessoas saindo das fábricas e ocasionalmente as atendi como pacientes. No último verão eu visitei três fábricas de algodão com o Dr. Clough, da cidade de Preston, e com o sr. Barker, de Manchester e nós não pudemos ficar mais do que dez minutos na fábrica sem arfar (ficar sem ar) para respirar. Como é possível para aquelas pessoas que ficam lá por doze ou quinze horas agüentar essa situação? Se levarmos em conta a alta temperatura e também a contaminação do ar; é alguma coisa que me surpreende: como os trabalhadores agüentam o confinamento por tanto tempo. (O Dr. Ward, de Manchester, foi entrevistado a respeito da saúde dos trabalhadores do setor têxtil em março de 1919)

(4) Aproximadamente uma semana depois de me tornar um trabalhador no moinho, fui acometido por uma forte e pesada doença da qual poucos escapavam ao se tornarem trabalhadores nas fábricas. A causa dessa doença, que é conhecida pelo nome de “febre dos moinhos”, é a atmosfera contaminada produzida pela respiração de tantas pessoas num pequeno e reduzido espaço; também pela temperatura alta e os gases exalados pela graxa e óleo necessários para iluminar o ambiente. (Esse depoimento faz parte do livro “Capítulos da vida de um garoto nas fábricas de Dundee”, de Frank Forrest)

(5) Nosso período regular de trabalho ia das cinco da manhã até as nove ou dez da noite. No sábado, até as onze, às vezes meia-noite, e então éramos mandados para a limpeza das máquinas no domingo. Não havia tempo disponível para o café da manhã e não se podia sentar para o jantar ou qualquer tempo disponível para o chá da tarde. Nós íamos para o moinho às cinco da manhã e trabalhávamos até as oito ou nove horas quando vinha o nosso café, que consistia de flocos de aveia com água, acompanhado de cebolas e bolo de aveia tudo amontoado em duas vasilhas. Acompanhando o bolo de aveia vinha o leite. Bebíamos e comíamos com as mãos e depois voltávamos para o trabalho sem que pudéssemos nem ao menos nos sentar para a refeição. (O jornal Ashton Chronicle entrevistou John Birley em maio de 1849)

(6) Na primavera de 1840, eu comecei a sentir dores no meu pulso direito, essa dor vinha da fraqueza geral de minhas juntas, o que vinha acontecendo desde minha entrada na fábrica. A sensação de dor só aumentava. O pulso chegava a inchar muito chegando a medir até 12 polegadas ao mesmo tempo em que meu corpo não era mais do que ossos. Eu entrei no hospital St. Thomas no dia 18 de julho para operar. A mão foi extraída um pouco abaixo do cotovelo. A dissecação fez com que os ossos do antebraço passassem a ter uma curiosa aparência – algo como uma colméia vazia – com o mel tendo desaparecido totalmente. (William Dodd escreveu sobre sua situação como criança trabalhadora acidentada no trabalho em seu panfleto “Narrativa de uma criança aleijada” no ano de 1841)

(7) Quando eu tinha sete anos de idade fui trabalhar na fábrica do Sr. Marshall em Shrewsbury. Se uma criança se mostrasse sonolenta o responsável pelo turno a chamava e dizia, “venha aqui”. Num canto da sala havia uma cisterna de ferro cheia de água. Ele pegava a criança pelas pernas e a mergulhava na cisterna para depois manda-la de volta ao trabalho. (Jonathan Downe foi entrevistado por um representante do parlamento britânico em junho de 1832)

(8) Eu trabalhava das cinco da manhã até as nove da noite. Eu vivia a duas milhas do moinho. Nós não tínhamos relógio. Se eu chegasse atrasado ao moinho eu seria punido com descontos em meu pagamento. Eu quero dizer com isso que se chegasse quinze minutos atrasado, meia hora de meu pagamento seria retirado. Eu só ganhava um penny por hora, e eles iriam tirar metade disso. (Elizabeth Bentley foi entrevistada por representantes do parlamento britânico em junho de 1832)

(9) A tarefa que inicialmente foi dada a Robert Blincoe era a de pegar o algodão que caía no chão. Aparentemente nada poderia ser mais fácil… Mesmo assim ele ficava apavorado pelo movimento das máquinas e pelo barulho dos motores. Ele também não gostava da poeira e do cano que soltava fumaça, pois acabava se sentindo sufocado. Ele logo ficou doente e em virtude disso constantemente parava de trabalhar porque suas costas doíam. Isso motivou Blincoe a se sentar; mas essa atitude, ele logo descobriu, era proibida nos moinhos. (As experiências vividas por John Brown numa fábrica de tecidos foram publicadas num artigo do jornal The Lion)

(10) São constantes as informações sobre crianças que trabalham em fábricas e que são cruelmente agredidas pelos supervisores a ponto de seus membros se tornarem distorcidos pelo constante ficar de pé e curvar-se (para apanhar). Por isso eles crescem e se tornam aleijados. Eles são obrigados a trabalhar treze, quatorze ou até quinze horas por dia. (Trecho do livro “A História da produção de algodão”, de Edward Baines)

EGITO ANTIGO: OS HIERÓGLIFOS - 2º BIMESTRE

 OS HIERÓGLIFOS

Ainda de uma forma muito tímida, uma das mais antigas formas de escrita surge no Egito de 3100 a.C., dando origem aos primeiros tipos de hieróglifos. Nos dias de hoje, não nos é possível dizer quem foi o idealizador deste fato, contudo conhecemos a origem mitológica da escrita, ou seja, como os egípcios acreditavam que tenha ocorrido.

Para eles, Toth (deus da escrita e da sabedoria) criou a escrita para tornar os egípcios mais sábios e fortalecer a memória, mas Rá (deus solar) discordava, dizendo que entregar os hieróglifos aos egípcios serviria apenas para contemplar a recordação, faria-os recorrer aos documentos e não ao pensamento ou a si próprios, ou seja, a escrita enfraqueceria a memória e, consequentemente, a sabedoria. Todavia, apesar de ser contra a vontade de Rá, Toth envia as técnicas de escrita para alguns egípcios.

No Antigo Egito, apenas cerca de 4% das pessoas sabiam ler e escrever. Essa minoria, então, foi chamada de escriba. Cada escriba, além da leitura e da escrita, dominava o cálculo, o que mostra sua importância para a administração daquela região, coletando impostos, escrevendo os documentos, oficiais ou não, e decorando paredes e objetos.

Assim como qualquer outra forma de escrita, os hieróglifos não eram constantes ou estáticos e sofreram variações ao longo dos anos. Primeiramente, a língua egípcia (antigo egípcio) continha uma quantidade reduzida de símbolos, utilizados somente em forma de textos pequenos. Mais tarde, acrescentando símbolos, funções e regras, surge o médio egípcio. Na XVIII dinastia, Akhenaton implanta o neoegípcio, porém, foi o médio egípcio que prevaleceu, tendo o último datado de 394 d.C..

Além disso, os escribas começaram a simplificar a escrita, criando a forma cursiva dos desenhos hieroglíficos e dando origem à escrita hierática. Pouco mais tarde, simplificando ainda mais a escrita hierática, surge o demótico. Por fim, cria-se a escrita copta, que misturava elementos do grego e do demótico. O copta continua sendo utilizado dentro de Igrejas como língua oficial, assim como o latim, mas é considerada uma língua morta, desde o século XI.

 
Mas, afinal, como os hieróglifos eram lidos?

 Para ler os hieróglifos é necessário observar o sentido em que a figura representada está voltada, por exemplo, quando se utiliza uma imagem humana, devemos notar para onde ela está olhando, lá será o início da frase. A escrita pode, então, ter quatro sentidos, dois na horizontal (da direita para a esquerda e da esquerda para a direita) e dois na vertical (da direita para a esquerda e da esquerda para a direita).

    Por exemplo, na imagem abaixo temos a Estela de Den (3000 - 2930 a.C). Nelas existem hieróglifos nos quatro sentidos: os símbolos sob contorno verde devem ser lidos da direita para a esquerda na horizontal. Os em contorno vermelho, também serão lidos na horizontal, mas da esquerda para a direita. Já os em azul e rosa serão lidos na vertical de cima pra baixo, da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, respectivamente.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

RENASCIMENTO - SLIDES














 

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - SLIDES



















8 ANO - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

 


A Revolução Industrial foi o período de grande desenvolvimento tecnológico que teve início na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII e que se espalhou pelo mundo, causando grandes transformações. Ela garantiu o surgimento da indústria e consolidou o processo de formação do capitalismo.

O nascimento da indústria causou grandes transformações na economia mundial, assim como no estilo de vida da humanidade, uma vez que acelerou a produção de mercadorias e a exploração dos recursos da natureza. Além disso, foi responsável por grandes transformações no processo produtivo e nas relações de trabalho.

A Revolução Industrial foi iniciada de maneira pioneira na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII, e atribui-se esse pioneirismo aos ingleses pelo fato de que foi lá que surgiu a primeira máquina a vapor, em 1698, construída por Thomas Newcomen e aperfeiçoada por James Watt, em 1765. O historiador Eric Hobsbawm, inclusive, acredita que a Revolução Industrial só foi iniciada de fato na década de 1780|1|.

Uma das principais invenções da Primeira Revolução Industrial foi a locomotiva a vapor.
Uma das principais invenções da Primeira Revolução Industrial foi a locomotiva a vapor.

O avanço tecnológico característico da Revolução Industrial permitiu um grande desenvolvimento de maquinário voltado para a produção têxtil, isto é, de roupas. Com isso, uma série de máquinas, como a “spinning Jenny”, “spinning frame”, “water frame” e a “spinning mule”, foram criadas para tecer fios. Com essas máquinas, era possível tecer uma quantidade de fios que manualmente exigiria a utilização de várias pessoas.

Posteriormente, no começo do século XIX, o desenvolvimento tecnológico foi utilizado na criação da locomotiva e das estradas de ferro, que, a partir da década de 1830, foram construídas por toda a Inglaterra. A construção das estradas de ferro contribuiu para ampliar o crescimento industrial, uma vez que diminuiu as distâncias, ao tornar as viagens mais curtas, e ampliou a capacidade de locomoção de mercadorias.

O desenvolvimento das estradas de ferro aproveitou aprosperidade da indústria inglesa, uma vez que os financiadores de sua construção foram exatamente os capitalistas que prosperaram na Revolução Industrial. Isso porque a indústria inglesa não conseguia absorver todo o excedente de capital, fazendo com que os investimentos nas estradas de ferro acontecessem.

terça-feira, 1 de junho de 2021

O RENASCIMENTO - PARTE 01

 


O Renascimento surgiu na Itália durante o século XIV e se caracterizava por ser um movimento de renovação que atingiu as artes, a cultura e a ciência. Esse pensamento inovador foi impulsionado para outras regiões da Europa e promoveu mudanças na filosofia, economia e política de outros países. 

Também denominado de renascença ou renascentismo, as transformações que aconteceram no período impactaram profundamente a mentalidade da História Medieval e marcaram a transição da Idade Média para a História Moderna. O antropocentrismo colocava o homem no centro do Universo e o teocentrismo característico da época anterior era deixado de lado. 

Como estética, o renascimento criou princípios e métodos muito próximos aos estilos da arte clássica dos povos greco-romanos. As regras matemáticas permitiram gerar novas técnicas de perspectivas e imprimir os aspectos reais dos objetos em áreas planas. 

Apesar de ter abandonado a mentalidade da Idade Média, o renascimento não acabou definitivamente com todos os elementos da época anterior. Várias noções e pensamentos da era medieval ainda conviveram durante muito tempo com a Modernidade.


"A criação de Adão", obra do Renascimento pintada por Michelangelo. (Imagem: Wikipedia) 

Contexto Histórico


O renascimento foi um período histórico e movimento cultural que surgiu na Europa, precisamente na Itália, no século XIV e com auge no século XVI. O movimento representava a retomada da cultura clássica Greco-romana e a tomada de consciência social, política e econômica que passaram acontecer no final da Idade Medieval. 

O nascimento das cidades e o desenvolvimento econômico contribuíram para que os nobres, artistas, artesões se deslocassem para os grandes centros urbanos. Uma nova classe social surgia. Era a burguesia, grupo formado por comerciantes, donos de empresas e pessoas de prestígio que detinham poder econômico e aos poucos conquistou poderes políticos. 

A centralização das decisões nas mãos dos reis fez surgir a Monarquia Nacional que deu fim ao feudalismo e início a maior liberdade econômica e comercial. Além disso, as decisões da Igreja Católica foram contestadas, o teocentrismo perdeu espaço para o Antropocentrismo e uma Reforma Protestante foi iniciada. 

Foram esses contextos políticos, históricos, econômicos e culturais que deram início à nova mentalidade da época. Essa nova forma de pensar foi a responsável por fazer surgir o Renascimento. 

Características do Renascimento


Deus era o centro do Universo durante a Idade Média, mas com o Renascimento essa visão de mundo foi modificada e o Homem tornou-se o pondo central. Vários dos aspectos humanos ganharam destaque. Os estudos científicos contribuíram para isso. O Homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci, por exemplo, apresentava o homem ideal a partir das proporções. 


O "Homem Viturviano" é uma obra criada por Da Vinci. (Imagem: Wikipedia)
 
 O Antropocentrismo é um conceito e uma filosofia que ressalta a importância do homem como um ser dotado de inteligência e, portanto, livre para realizar suas ações no mundo.

A palavra vem do do grego: anthropos "humano" e kentron "centro" que significa homem no centro.

Surgiu questionando o Teocentrismo sistema onde Deus (Theos, em grego) estaria no centro do mundo.

 

Assim, o antropocentrismo é um conjunto de ideias onde o homem representa a figura central, nos campos da cultura, ciência, sociedade e é a principal referência para o entendimento do mundo.

O ser humano, para o antropocentrismo, é racional, crítico, questionador da sua própria realidade e responsável, portanto pelos seus pensamentos e ações.

Busca a verdade por meio de análises e do método racional e científico, através de provas e explicações, de preferência, matemáticas.

Essa independência humana de Deus levou o ser humano a refletir, criar, difundir e produzir conhecimento de outra forma, possibilitou grandes descobertas científicas e o surgimento do individualismo.

Diferenças entre Teocentrismo e Antropocentrismo

Por oposição, o Teocentrismo está relacionado à religião, que explica os fenômenos naturais a partir da vontade de um ser superior.

Toda a sociedade, em seu aspecto social, cultural e econômico, deveria se basear segundo Deus.

Foi um conceito muito difundido durante a Idade Média quando a religião possuía um papel importante na vida da sociedade.

Humanismo e Antropocentrismo

Durante o século XV e XVI, a Europa passa por várias transformações econômicas e sociais. Alguns acontecimentos são as grandes navegações, invenção da imprensa, reforma protestante, declínio do sistema feudal, surgimento da burguesia, cientificismo, etc.

Nesta época, surge o o humanismo renascentista e o antropocentrismo é parte de movimento. Com isso, os estudiosos tinham o intuito de trazer à tona questões baseadas no cientificismo empirista.

Por isso, o antropocentrismo representou a passagem do feudalismo ao capitalismo mercantil, ou ainda, da passagem da Idade Média para Idade Moderna.

As artes em geral (literatura, pintura, escultura, música, etc.) bem como a filosofia, se pauta em esta nova visão de mundo, a fim de criar suas obras.

Igualmente, os humanistas incentivaram a inclusão de disciplinas no universo acadêmico, importantes para o desenvolvimento dessa nova mentalidade como filosofia, línguas, literatura, artes, humanidades e ciências.

Antropocentrismo e religião

Embora a figura divina fosse questionada, Deus não foi deixado de lado no Antropocentrismo. O “sagrado” ainda fazia parte da vida das pessoas, no entanto, passou a não ser a única fonte da verdade. A própria Bíblia foi bastante estudada neste momento através de novas traduções e crítica histórica.

A verdade, entretanto, deveria ser buscada através da racionalidade humana (razão), pois esta seria uma dádiva divina.