O termo “descobrimento da América” é utilizado para a chegada dos espanhóis ao continente americano, em 12 de outubro de 1492. Isso aconteceu por meio da expedição liderada pelo navegante genovês Cristóvão Colombo. Essa expedição não foi idealizada com a proposta de chegar-se a terras desconhecidas, mas sim ao continente asiático.
A chegada dos espanhóis à América deu início ao processo de colonização do continente americano e também à disputa por terras com os portugueses. Apesar das evidências, Colombo nunca acreditou que tinha chegado a um novo continente.
O uso do termo “descobrimento” para fazer-se menção à descoberta da América foi, e ainda é, arduamente debatido pelos historiadores. A maioria deles considera que o uso do termo “descobrimento” não é apropriado, uma vez que a expedição de Cristóvão Colombo não estava à procura de novas terras, mas sim da Ásia.
A ideia do descobrimento da América foi algo que surgiu posteriormente, ou seja, foi uma interpretação realizada acerca dos eventos relacionados à expedição de Colombo. O historiador Edmundo O’Gorman afirma que a primeira menção à ideia de descobrimento aconteceu na primeira metade do século XVI e foi publicada em um livro escrito por Gonzalo Fernández de Oviedo.
Com base no escrito de Oviedo, a ideia de descobrimento ganhou força e consolidou-se. Apesar disso, uma discussão trazida por alguns historiadores trata da concepção de que a América não precisava dos europeus ou da chegada deles aqui para existir, uma vez que o continente já existia em si e era habitado por milhões de habitantes que formavam diferentes sociedades, algumas delas com alto grau de sofisticação.
Por conta dessas discussões, muitos historiadores tratam de usar outras conceitos para explicar esse acontecimento de 1492. Uns falam em “conquista da América”, outros em “invasão da América”, e ainda outros termos usados são “chegada”, “invenção” ou até mesmo “achamento”.
Grandes navegações
A chegada de Colombo à América em 1492 é um dos momentos mais significativos das grandes navegações. O século XV foi um momento de “quebra de fronteiras”, pois o homem começou a explorar o Oceano Atlântico. Os europeus não tinham ideia do que encontrariam navegando a oeste do Atlântico, mas, nesse século, pouco a pouco os mistérios foram sendo desvendados.
As grandes navegações foram, portanto, as explorações realizadas pelas embarcações europeias no Oceano Atlântico. Um primeiro fator importante nesse sentido foi uma melhoria tecnológica que permitiu o desenvolvimento de embarcações mais apropriadas à navegação marítima, além de uma série de instrumentos terem auxiliado na navegação e localização dos que navegavam.
No entanto, a navegação marítima não era realizada com motivo de exploração pela exploração. Ela tinha um forte interesse econômico, ou seja, só houve incentivo para essas expedições porque, por meio delas, um ganho econômico significativo poderia ser obtido via abertura do comércio de especiarias na Índia.
Esse interesse por novas rotas comerciais marítimas foi motivado, principalmente, pelo fechamento de rotas tradicionais que passavam por Constantinopla. Como a antiga capital bizantina estava nas mãos dos otomanos desde 1453, esse caminho foi barrado para os europeus cristãos.
O país pioneiro na exploração atlântica foi Portugal, pois esse país ibérico reunia uma série de condições que permitiram o investimento nesse empreendimento. Portugal tinha um reino politicamente estável, não estava em guerra, tinha um comércio em crescimento e uma localização geográfica que incentivava a exploração do oceano.
Os espanhóis entraram tardiamente nesse processo, sobretudo porque passaram longo tempo do século XV lutando contra os mouros no sul da península e porque a unificação dos reinos cristãos lá aconteceu de maneira tardia. Para não ficarem atrás dos portugueses, os reis espanhóis decidiram financiar um genovês, Cristóvão Colombo, para que fosse à Índia.
Expedição de Colombo
Cristóvão Colombo era um navegante genovês que iniciou sua carreira na década de 1470. Ele acreditava na ideia da esfericidade da Terra, e, desde a década de 1480, tinha mantido contatos com portugueses, ingleses e franceses à procura de investimento, mas foram os espanhóis que, em 1492, decidiram financiar sua expedição, composta por três embarcações.
Como defendia a esfericidade da Terra, Colombo afirmava que era possível alcançar a Índia navegando-se pelo oeste. O que ele não sabia, no entanto, era que no meio do caminho havia um continente desconhecido dos europeus e que a travessia seria muito mais longa do que ele esperava. De toda forma, no dia 3 de agosto de 1492, Niña, Pinta e Santa María zarparam da Espanha rumo ao oeste.
Ao longo da viagem, Colombo teve problemas com os marinheiros porque eles se angustiaram com a demora em encontrar terra. Como Colombo acreditava que a Terra era menor do que era e que o Atlântico era estreito, ele deduziu que terra seria encontrada depois de algumas semanas, e os marinheiros agarraram-se a essa promessa.
De toda forma, a viagem seguiu, e os espanhóis avistaram terra no dia 12 de outubro de 1492. Eles haviam chegado a uma ilha no Caribe chamada pelos índios de Guanahani, mas Colombo renomeou-a como San Salvador. Os historiadores não sabem ao certo que ilha foi essa, mas sabem que ela fica nas Bahamas.
Colombo seguiu explorando a região e chegou à ilha que ficou conhecida como Hispaniola. Lá ele conheceu um dos chefes locais, Guacanagari, mantendo o contato pacífico e o recebimento de presentes. Durante sua permanência em Hispaniola, uma das embarcações naufragou, e Colombo recebeu permissão de Guacanagari de construir um forte chamado Navidad, deixando nele 39 homens.
Apesar de ter sido tratado de maneira amigável, Colombo sequestrou alguns nativos (homens, mulheres e crianças) para levarem-nos à presença dos reis espanhóis. Ele registrou em seu diário de viagem sobre os nativos poderem ser usados como servos e convertidos ao cristianismo.
Depois, Colombo esteve na ilha de Cuba, renomeou-a de Juana, mas esse nome não se popularizou. Retornou para a Espanha, desembarcando lá em meados de 1493, sendo recebido como um herói. Apesar de tudo que viu, Colombo não acreditou que tinha chegado a um continente desconhecido. Ele acreditou estar na Índia, e, por isso, ele chamou os habitantes locais de “índios”.
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